Escolha suas armas e vamos à guerra

Simulação de combate medieval.
Crédito: Império do Sol

Quem já foi a um parque ou a uma pracinha pode ter visto grupos de pessoas lutando com espadas, lanças e escudos. Um olhar mais atento mostra que ninguém sangra nem perde partes do corpo. Isso é porque as armas foram feitas para NÃO machucar.

Há diversos grupos no Brasil e no mundo praticando Swordplay. O Fantasia em Jogo entrevistou membros de alguns grupos brasileiros: Bellator (RS), Sekigahara (PR), Avalon (MG) e Império do Sol (PI).

Regras

De acordo com o Warchief (título equivalente a Presidente) do Bellator, Iur Almeida “Hultor”, Swordplay é, de uma maneira geral, “…o combate com armas brancas feitas de um material esponjoso e macio (espuma de flutuadores, EVA, espuma de colchão…)”. Também segundo ele, há dois tipos de regras: as de conduta, que falam sobre o respeito e o companheirismo nas atividades, e as de combate.

Nota do blog: é muito desrespeitoso no Swordplay, por exemplo, levar um golpe e dizer que não levou.

As regras de combate são: desmembramento, na qual “…o local que a arma atingir é removido do combate. Exemplo: se um jogador é atingido no braço, ele deve colocá-lo para trás, pois o mesmo foi ‘cortado’.”; e pontuação, na qual ganha quem acertar o adversário um certo número de vezes. Hultor também afirma que é proibido acertar intencionalmente seios e testículos.

O fundador e coordenador do Sekigahara, Diego Juraski, explicou outras normas dos combates: “…levamos muito a sério uma regra sobre excesso de força porque, mesmo sendo de espuma, as espadas podem machucar. A luta é para ser amistosa e respeitosa, não uma briga. Para isso, geralmente temos dois ou três juízes por luta”.

Os treinos

Crédito: Sekigahara Swordplay Grupo Sekigahara durante um treino
Crédito: Sekigahara Swordplay

Outro assunto da entrevista com Juraski foram os treinos. Nos abertos, novos interessados podem aparecer e praticar com o grupo: “Nesses treinos, geralmente eu ou outro membro mais antigo passamos o básico (…) do Swordplay…”. Ainda segundo Juraski, ele ensina aquecimentos, posturas de combate e um pouco do manejo da espada.

Também há treinos fechados. Juraski afirma que esses treinos ocorrem perto da época de torneios, são mais puxados e os combates são de 2×2 ou de 3×3.

Eventos

O coordenador geral do grupo Avalon, Waldir Nacareth Ramos, mencionou os eventos dos quais o grupo participa: “Até o momento, só tivemos oportunidade de participar de eventos locais, conferências de anime e cultura nerd, mas o grupo está se desenvolvendo e crescendo”. Ele acrescenta que, se tudo der certo, o grupo logo poderá participar de  eventos nacionais como a Ilíada e a Guerra dos Condados.

Eventos de anime, mangá e outros do tipo costumam ter estandes de Swordplay. Também há eventos regionais e nacionais específicos da modalidade. Nesses eventos, diversos grupos se reúnem para testar as habilidades deles uns contra os outros. 

Ramos também abordou o preconceito que o Swordplay sofre: “Tem sempre alguém que fica de fora fazendo chacota, alguém que nos olha torto na rua quando levamos nossas armas. A zombaria e o preconceito são o que ocorrem de mais negativo…”.

Organização

Certos grupos têm uma hierarquia bem definida e segundo Eduardo Alexandre Lopes Visgueira, o Império do Sol não é exceção: “A hierarquia do grupo é constituída por Imperado (eu); Paladinos, que são o conselho no qual cada um tem um animal que representa uma virtude; Lorde; Cavaleiro Sênior; Cavaleiro; Especialistas; Veterano; Aprendiz; e Novato”.

As reuniões dos grupos de Swordplay em geral costumam ser quinzenais ou semanais. no caso do Império do Sol, elas sempre acontecem aos domingos. De acordo com Visgueira, há outras atividades além dos combates de um contra um: combate coletivo, jogos como capturar bandeira e matar a rainha.

Jogos do tipo “matar a rainha” consistem em descobrir quem do grupo adversário é a rainha (ou o rei) e derrotar essa pessoa.

O Swordplay aqui no Brasil tem a sua própria Liga Nacional. Quem estiver interessado, talvez encontre um grupo na própria cidade.




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