DICAS: como lidar com a morte do seu personagem

Atualizado em 29/12/2015

Quem joga RPG ou participa de sessões de LARP, cedo ou tarde, vai ter que enfrentar a morte de um personagem. O jogador cria a história do personagem, define a personalidade dele, passa por muitas situações (batalhas, negociações, relacionamentos etc.) durante o jogo, mas um dia, o obstáculo à frente é maior que o personagem e aí…

Se a reação for algo do tipo: “AHHH, MEU DEEEUUS, A VIDA NÃO TEM MAIS SENTIDO, EU QUERO MORRER” e, em seguida, o jogador tentar se matar… então, ele realmente tem problemas e precisa de ajuda profissional.

Porém, se o jogador fica apenas triste, chateado e com um pouco (só um pouco) de raiva, não há nada de errado ou anormal nisso. Quando alguém está jogando videogame e “morre” quando estava para passar de fase, essa pessoa fica p… da vida, certo? O mesmo vale para os RPGs e para os LARPs.

Aliás, o mesmo não: os efeitos são maiores. Em muitos videogames, o personagem está praticamente pronto e o jogador apenas cumpre o roteiro preestabelecido pelos criadores. No caso do RPG e do LARP, as pessoas decidem os rumos dos personagens que elas controlam e, por isso, acabam se envolvendo muito mais. O jogador fica muito mais próximo do personagem de RPG ou de LARP do que de um simples bonequinho com um destino já determinado.

Seu personagem está morto. O que fazer?

Montar uma nova ficha faz parte do processo, mas não é recomendável que seja o primeiro passo, pelo menos não para pessoas que eram bastante afeiçoadas ao personagem. Dependendo do impacto da cena derradeira, o jogador pode precisar de um tempo para se refazer.

É possível que essa pessoa tenha um pouco de raiva dos envolvidos na morte do personagem dela, sejam eles o mestre ou outro jogador. É preciso aceitar que esse sentimento existe, vigia-lo até que ele se apague e evitar transferir para a vida real as histórias vividas durante o jogo. É desnecessário espalhar aos quatro ventos: “Estou triste porque meu personagem morreu”. Contudo, o jogador não pode tentar esconder isso dele mesmo.

Ninguém precisa se perguntar: “Será que estou ficando bitolado?” caso o jogo provoque certos sentimentos ruins. Entretanto, se as próximas ações do jogador, na vida real ou no jogo, forem baseadas nesses sentimentos, aí é o momento de parar e esquecer os jogos de RPG, de LARP ou outros do gênero, nem que seja apenas por um tempo.

Quem ler este texto pode até achar que o “luto” pelo personagem é complicado, mas é mais um processo interno do que qualquer outra coisa. Antes que o jogador perceba, já vai estar pronto para outra e quase ninguém vai perceber que um dia ele ficou triste com a morte do personagem.

Montando a nova ficha

Ficha de RPG

É altamente recomendável que o jogador crie um personagem que seja bem diferente do anterior. Personalidade, habilidade, história, tudo precisa ser tão diferente quanto possível. Assim, a próxima sessão não vai ter um “fantasma” do personagem falecido. Essa diferença pode causar um estranhamento nas sessões seguintes e é possível que o jogador não se sinta à vontade com o novo personagem.

Mesmo assim, vale a pena insistir. Se adaptar a um personagem muito diferente das intenções iniciais do jogador faz com que ele precise se adaptar e se esforçar muito mais. Assim, ele acaba descobrindo uma nova maneira de olhar o jogo e a criatividade aumenta drasticamente. Entretanto, isso acontece só com quem tem insistência e paciência para aturar o novo personagem enquanto ainda não se afeiçoa a ele.

Você já teve que enfrentar a morte de um personagem? Como foi? O que você fez depois? Comente aqui.

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