COSMOCAOS: uma gotinha de “paz” num oceano em guerra

Na madrugada do último sábado (20) para o domingo (21), a Confraria das Ideias realizou o Live Action “Cosmocaos“, na cidade de São Paulo. Na história, o universo estava em guerra e um dos poucos lugares em relativa paz era o bar Cosmocaos, onde a violência era proibida graças a um acordo entre os “figurões” do planeta.

O bar oferecia alguma segurança, mas os arredores, não. Muitos crimes aconteciam, o que criava certas oportunidades e necessidades. Alguns lutavam por liberdade, pois eram escravos; outros, por dinheiro e poder; e também havia quem quisesse ir para um dos poucos lugares sem guerra: o planeta Terra.

A proteção garantida ao bar Cosmocaos o tornava um lugar bom para negociação, apostas, ameaças veladas (ou não tão veladas assim) e trocas de informações. O LARP testava os personagens o tempo todo, física e mentalmente.

Um homem segurando um ET de plásctico.
Crédito: Thais Pistorezzi Dall’Olmo

A serviçal do ódio

Juliani Lourenço soube do evento através das amigas: “Foi a primeira vez que joguei LARP. Não imaginei que seria tão legal, quero participar de outros LARPs por isso”. A personagem de Lourenço (a sacerdotisa Taura Voucium) era a guia de Gara, a suposta “Criança das Trevas“. Segundo o povo de Taura, essa criança estava destinada a espalhar o mal e o ódio pelo universo.

Lourenço disse que a sacerdotisa tentou ajudar Gara a cumprir esse destino, mesmo não sabendo se Gara era realmente a Criança das Trevas. Porém, a missão de Taura acabou quando alguém matou Gara. A sacerdotisa tentou descobrir quem tinha feito aquilo, mas não conseguiu.

Nota: depois que o LARP acabou, narradores e jogadores conversaram sobre ele. Pelo que o autor deste texto entendeu, Gara foi morta porque ações dela atrapalharam certos acordos que estavam acontecendo no bar.

Buscando a liberdade

Jessyca Oliveira também era estreante nos Live Actions: “No início, eu fiquei meio perdida (…). Mas, no decorrer do jogo e com a ajuda do pessoal, ficou fácil e me diverti muito”. Ao ser perguntada sobre a personagem dela, Oliveira disse: “…Elle Evans, uma contrabandista que (…) foi capturada por uma mercadora de escravos. Eu adorei a Elle por ela ser uma mulher forte por causa da vida sofrida dela”.

Oliveira também disse que, no começo do LARP, a antiga chefe de Elle, Alessa, negociou com a mercadora de escravos e conseguiu libertar Elle: “…então, me dediquei a ajudar as pessoas que queriam o salvo-conduto e a ajudar a Alessa”. De acordo com Oliveira, o LARP terminou bem para a contrabandista: “Ela não era mais escrava e não tinha interesse em ir para a Terra. Então, deu tudo certo”.

Nota do blog: quem quisesse ir para a Terra precisava de um salvo-conduto.

Deslumbramento

“Cosmocaos” também foi o primeiro LARP para Beatriz Araújo: “…fiquei muito encantada com os outros personagens, cenário e figurino…”. Por falar em figurino, ele também foi assunto da entrevista: “…eu faço teatro. Devido a isso, eu tinha algumas roupas que se encaixavam perfeitamente para o meu personagem

O Fantasia em Jogo perguntou para Araújo sobre quais partes do cenário haviam chamado mais a atenção dela: “O bar, devido às bebidas e comidas. Achei super genial a bebida vulcânica. E o salão de jogos, pelas mesas e iluminação”.

As atuações e o cenário marcaram pontos para o Live Action, mas nem tudo foi positivo. Depois do LARP, uma jogadora disse que uma cena na qual houve tentativa de assassinato ficou “jogada”. Segundo ela, os personagens não reagiram de acordo e a cena meio que ficou “no ar”, sem ter grandes consequências.

Saldo do LARP

Quatro personagens conseguiram fugir para a Terra. Um morreu. Dois ficaram para tomar o poder na região. Alguns optaram por viver no planeta que abrigava o bar Cosmocaos. E outros resolveram aguardar o próximo ônibus que ia para a Terra. Como dito acima, narradores e jogadores conversaram sobre o LARP depois que ele terminou. Pela conversa, ficou claro que a maioria (talvez todos) gostaram bastante da experiência.




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