Belo Horizonte tomada pelas trevas

Atualizada em 30/03/2016

Uma vez a cada três ou cinco semanas, Belo Horizonte se torna mais sombria. Seres que viveram muito mais tempo além do natural se reúnem para infinitos jogos de intrigas, desespero e sangue. Projeto Réquiem é um LARP com a temática de Vampiro: O Réquiem. As sessões acontecem na Praça da Liberdade ou em salões de festas previamente alugados.

Segundo o coordenador do LARP, Krishna Farnese, a ideia surgiu quando o livro “Vampiro: O Réquiem” foi lançado em português: “…foi paixão à primeira vista, esse livro parecia se encaixar bem em LARP”.

Farnese também falou sobre a distribuição de XP: “Esse certamente é um dos diferenciais do projeto (…). Todo mês, são impressos blocos de planilhas de experiência. É o próprio jogador quem pede a experiência dele, ele marca o que entende ter direito e justifica os pontos necessários”.

LARP Projeto Réquiem
Farnese e jogadores do LARP.
Crédito: Projeto Réquiem

O coordenador também disse que há critérios para avaliar se o jogador merece o XP que está pedindo: “Alguns elementos são simples como chegar no horário ou ir caracterizado. Tudo que for subjetivo deve ser explicado na planilha. Quando necessário, mando uma mensagem pedindo explicações”.

O  que aconteceria se um personagem usasse, no LARP, uma informação que o jogador obteve fora dele? A resposta de Farnese foi enfática: “O modelo já mudou algumas vezes. O que adoto hoje é NÃO EXISTE INFORMAÇÃO EM OFF. Se alguém contou algo, isso será considerado no ONGAME e o linguarudo que arque com as consequências para o seu personagem na trama. Parece rígido, mas passa o recado”.

Quem também deixou um recado foi a jogadora Hellen Vaz: “Gostei bastante do Réquiem, (…), eu achei interessante, pois tem um ar mais sombrio e acho que permite que nossos personagens se tornem mais profundos com as coalizões”.

Coalizões são grupos políticos e/ou religiosos dos quais os vampiros podem fazer parte.

Vaz também falou sobre o que faz para montar o figurino da personagem dela, Lady Georgiana Cavendish: “Como escolhi montar uma personagem que gosta de moda, fica fácil utilizar muitas coisas que eu tenho em casa. Além disso, como sou designer, eu invento e reformo muitas coisas”.

A jogadora dá a entender que a situação está movimentada: “…a cidade superou uma grande ameaça e agora, de certa forma, passa por uma reformulação. Acabamos de escolher um novo Príncipe, então a maioria está se dedicando a conquistar novas posições na cidade e parece que alguns membros (…) estão causando transtornos”.

Príncipe é o “chefe” dos vampiros numa cidade. A palavra “chefe” está entre aspas porque os poderes políticos do Príncipe não são iguais em todas as cidades.

Quem parece não querer causar transtornos é o personagem de Paulo Silva: “Meu personagem é Frank Sena. Ele acordou em Belo Horizonte sem saber como havia chegado ali. Presente em muitas situações, ele já esteve em várias posições políticas importantes na cidade e, atualmente, comanda uma das coalizões locais (…)”.

Paulo Silva caracterizado como o vampiro Frank Sena.
Paulo Silva como Frank Sena          Crédito: Projeto Réquiem

Ainda segundo Silva, Frank teve a chance de ser príncipe, preferiu ficar nas sombras e é um vampiro incomum: “Frank (…) se preocupa com o bem estar de outros e, no fundo, gostaria de voltar a ser humano”. Também de acordo com ele, a campanha tem 22 jogadores ativos. Outras informações sobre o Projeto Réquiem podem ser encontradas aqui.

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