Seu personagem morreu… SÓ QUE NÃO!!!

Envenenamento, sequestro, ferimento grave, acidente… alguma coisa fez seu personagem numa campanha de RPG ou LARP ser dado como perdido/morto. Entretanto, numa improvável virada dos acontecimentos, ele(a) sobreviveu e tem a chance de voltar para a vida que tinha antes. Como interpretar isso?

Que fique bem claro, este texto fala sobre meses, anos ou até décadas de afastamento. O foco é um acontecimento impactante (e, talvez, traumatizante) que pode dificultar muito a reinserção do personagem na sociedade e na família.

Um exemplo é o filme “Náufrago“. Chuck (personagem de Tom Hanks) ficou 4 anos isolado numa ilha antes de ser resgatado. Ao voltar, tem problemas para se readaptar ao cotidiano. Ele estranha os utensílios da vida moderna. Por exemplo, fica acendendo e apagando lâmpadas, e dorme no chão em vez de dormir na cama.

Outro problema é o fato de a namorada dele (Kelly) ter se casado com outra pessoa, pois pensava que ele tinha morrido. É um grande baque para Chuck retomar a vida que tinha antes de ficar preso na ilha. É um baque ainda maior saber que aquela vida não existe mais. Tudo continuou enquanto ele estava ausente, e o casamento de Kelly é uma prova disso.

Abaixo, algumas dicas para interpretar personagens que voltaram de “férias forçadas”:

1 – A conduta do personagem deve levar em conta os acontecimentos durante o período de afastamento. Por exemplo, se ele(a) foi sequestrado(a) e esteve anos num lugar fechado, é provável que passe a sofrer de claustrofobia.

2 – Os acontecimentos durante o “exílio involuntário” podem não ser traumáticos. Mesmo assim, se tiverem sido impactantes, o(a) jogador(a) deve interpretar a mudança na personalidade que tais acontecimentos provocaram.

3 – Algumas experiências podem fazer pessoas enlouquecerem. A sanidade do personagem esteve em perigo? Se sim, o que ele(a) fez para mantê-la? Um amigo imaginário pode ser um mecanismo para isso.

Imagem de Wilson, bola de vôlei que era amigo imaginário de Chuck, protagonista de Náufrago.
Wilson, bola de vôlei e amigo imaginário de Chuck, protagonista do filme “Náufrago.

4 – Quanto tempo se passou até o personagem voltar? Quanto maior o tempo, maior a dificuldade de readaptação. Em alguns casos, talvez o personagem não queira retomar a vida de antigamente.

5 – O que aconteceu com a família e amigos do personagem enquanto ele(a) esteve fora? Se mudanças importantes tiverem acontecido, como o personagem lidará com elas? Pense nisso.

6 – Alguns personagens fingem que são exatamente as mesmas pessoas de antes. Interpretar a tentativa (e o fracasso) do personagem ao fazer isso poderá ser uma boa experiência para o(a) jogador(a).

7 -Interpretar o personagem exatamente da mesma forma que ele(a) era antes, como se absolutamente nada tivesse acontecido, é um erro grave. A única coisa que justificaria isso seria ele(a) ter esquecido tudo o que aconteceu com ele(a) no período de afastamento.

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