O dono deste site tinha um personagem que era uma verdadeira ameba física. Uma luta contra ele seria o mesmo que uma vitória por W.O. Jogar com ele era difícil, mas bastante divertido. Ele sempre forçava o autor deste texto a buscar soluções criativas e inusitadas para os desafios do jogo, já que meu personagem não podia bater em ninguém.

É muito bom jogar com um personagem inteligente e, ao mesmo tempo, sociável. O(a) jogador(a) que tem um personagem assim sempre vai ter o que fazer no jogo. Não apenas em relação a objetivos próprios, mas também do quanto ele pode ser requisitado pelos outros personagens.

Uma vez, meu personagem, depois de investigar muito, descobriu um podre do “chefão” da cidade. Então, ele pensou: “Se eu soltar essa informação assim, de repente, é capaz de ele (o “chefão”) inverter tudo e vão achar que estou mentindo”. Porém, meu personagem já tinha boas relações com os “figurões menores” do lugar. Passou a informação para cada um deles, pedindo que não contassem como a conseguiram. 

Os “figurões menores” negociaram para que o “chefão” pudesse sair discretamente da cidade e abrisse mão de comandá-la. Meu personagem acabou recebendo muitas coisas boas mais tarde. Não exatamente por gratidão, mas porque o viam como alguém útil para negociações políticas e obtenção de informações.

Volta e meia chamavam meu personagem para fazer algo. Isso permitia a ele negociar várias vantagens para si próprio. No entanto, como ele era muito ruim em confrontos físicos, tomava o máximo de cuidado para não irritar ninguém.

Inspirações

Personagens com atributos sociais e mentais altos podem fazer grandes coisas sem encostar um dedo em ninguém. Aliás, nem é preciso que ambos sejam altos. Se os atributos sociais forem altos e os mentais, moderados, ou vice-versa, já é o bastante para que o personagem consiga fazer muitas coisas na crônica.

Richard Castle, do seriado “Castle” e Patrick Jane, do seriado “O Mentalista” são boas referências para personagens inteligentes e, ao mesmo tempo, sociáveis. Eles têm inteligência bastante para solucionar crimes e são sociáveis o bastante para conseguirem a cooperação dos amigos e colegas de trabalho.

Além disso, ambos são ruins em confrontos físicos. Essa fraqueza os impede de serem personagens perfeitos, o que é ótimo para jogos de interpretação, como o RPG e o Live Action. Afinal, se o personagem fosse perfeito logo de cara, nem precisaria estar numa crônica.

Sheldon e Joey

Se o protagonista de “The Big Bang Theory” fosse um personagem de RPG, os atributos mentais dele seriam extremamente elevados, enquanto os físicos e sociais seriam baixíssimos. Ele mesmo admitiu ser menos que inútil num confronto físico. Além disso, tem extrema dificuldade de interagir com as pessoas.

A carreira de Sheldon só chegou aonde chegou por causa da inteligência dele. Se ele tivesse o mínimo de trato social, poderia ter mais pessoas para ajudá-lo e mais recursos para as pesquisas dele. Provavelmente, chegaria muito mais longe na vida profissional. O melhor amigo de Leonard mostra que inteligência não é tudo.

Quanto a Joey, do seriado “Friends”, ele teria atributos físicos altos; sociais altos; e mentais baixos. Ele era muito bom em arranjar amizades e conquistar mulheres, mas costumava falar e fazer coisas que mereciam a frase: “Ai que burro, dá zero pra ele”.

A aparência e o carisma de Joey davam a ele muitas entrevistas de emprego. Porém, a pouca inteligência o impedia de passar em algumas seleções e de manter os trabalhos que conseguia. Isso para não falar do quanto mal ele administrava o próprio dinheiro, o que o deixava em constantes problemas financeiros.

O melhor amigo de Chandler é um exemplo de que ser sociável também não é tudo. Entretanto, as limitações dele e as de Sheldon, junto com os pontos fortes de cada um, podem dar ao jogo muitas situações divertidas.